Deficiência
de cálcio
Os animais
domésticos criados em regime chamado de confinamento, ou seja, fechados em
áreas menores que as usuais de que quando criados soltos, e alimentados
artificialmente, estão mais sujeitos a deficiências alimentares que aqueles criados
extensivamente.
Na natureza, os
animais silvestres possuem uma aptidão chamada de FOME ESPECÍFICA, tal seja,
seus próprios organismos reclamam e os orientam quando algum elemento
alimentício está em falta na alimentação, e os leva a procurar na própria
natureza em que vivem as fontes naturais que possam lhes fornecer tais
elementos
O organismo
animal tem necessidade para uma vida saudável, de receber a través da
alimentação todos os elementos nutricionais de que tem necessidade, os quais
com a digestão processada em seus aparelhos digestores são transformados em
moléculas menores, possibilitando assim sua assimilação pelos intestinos e
posterior síntese no fígado e outros órgãos, da própria substância constitutiva
de seus diferentes tecidos corporais, além da manutenção do próprio
funcionamento da verdadeira “máquina orgânica, que pode ser chamado o ser vivo.
Entre os
elementos constitutivos do corpo animal, os elementos químicos Cálcio e Fósforo
entram em porcentagem alta, estimada em torno de três quartas partes do total
da substância mineral do organismo, e mais de 90% de seus esqueletos. São ainda
muito solicitados esses elementos químicos, quando o organismo é de uma fêmea,
quer em sua fase de gestação quer em produção de leite (lactação). Na infância,
quando o organismo animal está em pleno crescimento, tais elementos químicos
devem estar presentes na alimentação desses animais também em alta porcentagem,
por serem altamente requisitados pelo fato de serem necessários para a
construção do próprio arcabouço ósseo de sustentação (somático).
Há ainda um
fator acessório, tal seja, esses elementos químicos mesmo presentes no
organismo por haverem sido ingeridos com os alimentos, necessitam para serem
incorporados ao esqueleto animal, da presença da Vitamina D, que exerce um
papel semelhante àquele desempenhado por determinadas substâncias em reações
químicas sensíveis, precisando estar presente mesmo em quantidade ínfima, porém
necessária tal presença para a perfeita deposição desses sais minerais nos
ossos, formando a chamada proteína complexa OSSEINA, parte fundamental da composição
dos ossos . Não é essa vitamina incorporada ao osso junto com os elementos
Cálcio e Fósforo, porém age nessa verdadeira reação química como um elemento
catalisador acessório, sob pena de sua falta causar doenças nutricionais
graves, mesmo estando presentes os elementos também fundamentais Cálcio e
Fósforo.
Além de
altamente presente na composição óssea, os elementos químicos Cálcio e Fósforo
estão também presentes na constituição do próprio plasma sangüíneo e líquidos
embebedores do colódio vivo orgânico, além de na constituição de outros tecidos
do organismo.
Feitas essa
breve explanação sobre o aspecto funcional desse chamado fenômeno da fixação do
cálcio e fósforo nos ossos do esqueleto animal, vamos a tema objeto deste
artigo.
RAQUITISMO
É a doença
antigamente chamada de Enfermidade Inglesa, que se traduz por fragilidade dos
ossos do esqueleto na fase do crescimento, ou seja, na primeira fase da vida
animal (Infância), e hoje sabemos ser causada por carência de Cálcio, Fósforo e
Vitamina D.
Os ossos se
apresentam frágeis, com possibilidades decorrentes de fraturas até espontânea,
além de terem seu crescimento alterado, principalmente observável nos ossos
longos como o fêmur, tíbia, úmero e costelas, e mesmo nos ossos do crânio. Os
ossos longos das extremidades, como aqueles das pernas, tendem a se arquearem
ocasionando defeitos de aprumo (postura) desses animais, devido à fragilidade
com conseqüente flexibilidade maior desses próprios ossos. Por ser de
ocorrência na fase do crescimento na infância, tais defeitos de aprumo são
praticamente insanáveis na vida adulta. Palpado o tórax desses animais, na
região chamada esternal, onde se localizam as articulações das costelas no osso
esterno, nessas chamadas articulações condro-costais é facilmente visto o chamado
“Rosário Raquítico". Ocorre um espessamento dessas articulações
condro-costais, com conseqüente formação de como se fossem “CONTAS DE UM
ROSÁRIO", daí o nome.
É, portanto, o
Raquitismo, uma doença própria da infância, observável, portanto exclusivamente
em organismos jovens, e causada por deficiência dos elementos Cálcio e Fósforo
além da própria Vitamina D, como anteriormente descrito, e hoje classificado
entre aquelas doenças de transtorno do crescimento.
Animais jovens,
com essa doença nutricional, apresentam, portanto seus ossos frágeis, com
insuficiente deposição de osseina, que como já comentado é a substância
complexa elaborada no próprio organismo por células especiais denominadas
osteócitos a partir dos elementos químicos Cálcio + Fósforo+ Vitamina D.
Os dentes
desses animais também ficam comprometidos em sua resistência, sofrendo maior
desgaste e mesmo com duração de vida mais curta. Cáries também se tornam mais
freqüentes e de maior gravidade determinando suas quedas precoces.
Quando
efetuadas radiografias desses esqueletos desses animais, serão os mesmos
visualizados com maior transparência aos Raios X, devido insuficiente deposição
desses elementos químicos, além de apresentarem-se deformados (arqueados).
Portanto, para
o tratamento profilático dos animais em geral, basta que lhes sejam supridos
alimentos com suficiente quantidade dessas substâncias, além da própria
Vitamina D. Muitas vezes, a doença é secundária, ocorrendo por concomitante e
simples verminose, ou então, alguma dificuldade na absorção digestiva, devendo
nesses casos, a doença primária ser tratada em primeiro lugar, ou
simultaneamente.
Um sintoma que
chama a atenção quando estão os animais com a doença, é a ocorrência das
chamadas aberrações do apetite, tal seja, o animal com raquitismo apresenta
fome por substâncias que não lhe são próprias da alimentação, como terra,
reboco de parede, tijolos e mesmo as próprias fezes (coprofagia).
OSTEOMALÁCIA
Caracteriza-se
esta doença, também como o Raquitismo, por fragilidade óssea, porém ocorrendo
no organismo já adulto, com sua ossatura previamente formada na devida época da
juventude sem ocorrência da doença nutricional.
Como o próprio
nome significa, é a Osteomalácia doença dos OSSOS MOLES...
Porque ocorre
tal doença? Simplesmente, pela falta dos mesmos elementos químicos Cálcio,
Fósforo e Vitamina D, na alimentação, em doses suficientes para manutenção das
necessidades normais desses próprios organismos vivos.
Muitas vezes é
a doença simultânea a distúrbios das glândulas endócrinas Tireóide e
Paratireóides, daí se supor ser secundária ou associada a essas anormalidades
endócrinas.
Constatada,
portanto fragilidade óssea em animais adultos quer associada ou não a também
distúrbios tireoidianos, o tratamento deve incluir suprimento de sais de
cálcio, fósforo e vitamina D, quer na alimentação, quer suprido por outras
vias.
O sintoma
principal e que chama a atenção, e causador de fraturas ósseas, é a grande
fragilidade do esqueleto, que examinado ao Raio X comprova sua pouca ou nenhuma
impregnação por sais de Cálcio.
Cortes
histológicos ósseos comprovam a decomposição progressiva do próprio tecido
ósseo, com aparecimento de poros de permeio além de adelgaçamento do próprio
tecido superficial, denominado perióstio, e conseqüente dilatação da cavidade
medular do osso, quando longo.
A doença está
intimamente associada à fome, ocorrendo em maior porcentagem quando da
ocorrência de guerras ou conflitos sociais determinantes de carência alimentar.
Os estratos
sociais mais atingidos são particularmente aqueles de menor poder aquisitivo da
população, quando humana. Entre os animais, aqueles de propriedade de criadores
de menor capacidade pecuniária ou econômica.
OSTEOPOROSE
É doença
observável na fase da vida chamada da velhice. Os ossos vão gradativamente se
tornando porosos (daí o nome da doença), com pouca substância constitutiva, daí
serem possíveis e freqüentes fraturas até espontâneas.
Efetuadas
radiografias do esqueleto desses animais, vão ser observados os ossos com pouca
deposição cálcica e conseqüente aumento de sua transparência aos Raios X .
O tratamento
resume-se na administração, como das doenças anteriores do mesmo gênero, de
compostos cálcicos e fosfóricos, além da Vitamina D.
A alimentação
desses animais deve também ser convenientemente orientada, para perfeito
suprimento desses elementos químicos necessários.
Doenças
intercorrentes, que ocasionem dificuldade na absorção dos alimentos em geral,
devem também ser convenientemente tratadas.
Outras causas
concomitantes, principalmente ligadas ao metabolismo geral, ou mesmo
endócrinas, devem também ser pesquisadas quando constatada osteoporose.